sábado, 6 de julho de 2013

O Amor de Deus

Neste domingo estaremos inciando nosso seminário de vida com a Pregadora Helena Tentardini, da Comunidade Transfiguração, eis uma breve introdução que a RCC Brasil nos oferece sobre este primeiro tema, o amor de Deus!

A pregação do Amor de Deus, por ser a primeira em um encontro querigmático, tem a finalidade de levar o participante ao conhecimento do Deus Trino, que por amor cria o mundo e os homens. Ao mesmo tempo, permite que o ouvinte faça a experiência com o Deus Amor, rompendo com a ideia de um Deus castigador ou mesmo distante dos homens. O conceito de criação deve trazer uma mentalidade nova a respeito de si mesmo, como ser criado e amado por Deus, o sentido de escolha do
Criador em nos criar da maneira que somos.

É preciso desmitificar a imagem de Deus. É comum nos tempos de hoje muitos perguntarem Deus é natureza? Deus é uma força? Deus é cada um de nós? QUEM É DEUS?

Nem o Catecismo da Igreja Católica responde tal questão, pois não dá para definir o Absoluto em palavras.

Deus disse a Moisés quando este perguntou a Ele qual o seu nome:

“Quando eu for para junto dos israelitas e lhes disser que o Deus de seus pais me enviou a eles, que lhe responderei se me perguntarem qual é o seu nome? “ Deus respondeu a Moisés: “EU SOU AQUELE QUE SOU” Êxodo 3,13.

Deus quis ensinar a Moisés que Ele é aquele que é, ou seja, o único ser que subsiste em si próprio, portanto, absoluto. Nós existimos em função dele, que nos criou e nos mantém a vida. Deus é a origem de todas as coisas.

A grande definição:

 As explicações anteriormente esboçadas são necessárias para nos dar uma base inicial e para favorecer a compreensão. Mas, a grande expressão de Si que Deus nos dá vem através da Bíblia na primeira carta de São João: Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (I João 4,8).

Características de Deus:

• Criador
• Eterno
• Imutável
• Onisciente (detém todo conhecimento)
• Onipresente (presente em todos os lugares)
• Onipotente (todo poderoso).
• Deus é Trino: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gen. 1, 26). Nesta passagem podemos perceber o uso da primeira pessoa do plural, demonstrando a sua tridimensão.

Deus é:

Pai (“Eu e o Pai somos um” - João 10,30)

Filho (“no princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus... tudo foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito” – João.1, 1-3)

Espírito Santo (“O Espírito Santo pairava sobre as águas” – Gênesis 1,2)

Por essas e outras passagens, podemos observar que o ato da criação é de Deus Trino. É por uma apropriação teológica que se atribui a Deus Pai a criação.

A Criação – Plano de Amor

Como começou a criação de Deus Trino?

Do amor entre eles: do Pai para com o Filho, do Filho para com o Espírito Santo, do Espírito Santo para com o Pai e Filho, ou seja, um entrelaçamento, um aglomerado de amor!
Este imenso amor gera vida!

Numa singela analogia, podemos dizer que a Ssma. Trindade “ficou grávida”, e como toda mãe, logo tratou de fazer seu enxoval:

As coisas criadas: todo o mundo (o céu, a terra, o mar, os animais, toda a natureza...)

E assim foi gerado o homem, imagem e semelhança de Deus.

“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que Ele reine sobre os peixes do mar, sobre as águas do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra.” (Gen.1,26)

Portanto, o homem foi criado com características inerentes de seu Criador. O Catecismo da Igreja Católica no número 41 irá afirmar: As criaturas, todas elas, trazem em si certa semelhança com Deus, muito particularmente o homem, criado à imagem e a semelhança de Deus. Por isso as múltiplas perfeições das criaturas (sua verdade, bondade e beleza) refletem a perfeição infinita de Deus. Em razão disso, podemos falar de Deus a partir das perfeições de suas criaturas, "pois a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por analogia, contemplar seu Autor" (Sb13,5). Ainda pode-se destacar outras características inerentes:

• Inteligência (ciência)
• Vontade (diferente de instinto)
• Destinação a eternidade
• Co-criação (graça de gerar filhos)

E muito mais, pois no que consistia o Paraíso, Jardim do Éden, onde Deus colocou o homem?

Deus, na descrição do Paraíso, emana seu desejo de fazer o homem feliz, pois provê todos os frutos da terra para sua subsistência; o homem possui a harmonia com a natureza, com os animais, não havendo hostilidade entre eles: a familiaridade e comunhão plena com o Criador, a liberdade e o livre arbítrio. Sobre essa questão, vale a pena fazermos uma ponderação, pois Deus deu ao homem o direito de comer de todos os frutos do jardim, e eram milhares e milhares de espécies, mas com uma orientação expressa num mandamento de amor de Pai que tudo sabe: Proibiu-lhe de comer apenas de um dos frutos, para que tivesse uma oportunidade de dar uma resposta de fidelidade e obediência, um laço de comunhão e não um cerceamento puro e simples e autoritário Aqui, vale dar um exemplo:

Um pai, quando pede ao filho que não ponha o seu dedinho na tomada, não o faz por um ato de altivez, para mostrar sua autoridade em casa, mas por ter a ciência, o conhecimento pleno, de que aquela situação levará seu filho a tomar um choque. Só Deus, como fonte de toda sabedoria, é quem pode dizer, com sua plena ciência de todas as coisas, o que nos fará bem. Estar em comunhão com Deus é estar na felicidade, no caminho e na segurança.

Como Deus se relaciona conosco?

Através de seu amor que é:

1) Eterno = Deus já nos amava antes da nossa existência. Fomos, aliás, chamados à vida por um ato de amor.

“Amo-te com eterno amor” (Jeremias 31-3).

2) Pessoal = único

Deus nos ama de maneira irrepetível. Ele conhece, valoriza e ama cada um de nós como se fôssemos os únicos seres sobre a Terra.

Se você fosse o único habitante de todo o universo, Deus não poderia amá-lo mais do que Ele o ama nesse exato momento.

“O Senhor chamou-me desde o meu nascimento, ainda no seio de minha mãe, ele pronunciou o meu nome” (Isaías 49.1)

“E agora eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó e te formou Israel, nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu” (Isaías 43,1).

3) Fiel = Deus não volta atrás no propósito de nos amar. Ainda que sejamos infiéis, Ele é fiel.

“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas abalassem, jamais meu amor te abandonará...” (Isaías 54,10)

“Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos.” (Isaías 49.15-16)

4) Sem Medidas = Imensurável - não há amor humano que se equipare à intensidade com que Deus nos entrega seu amor.

“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti”. (Isaías 43.4)

5) Incondicional = Nossos afetos são marcados pelo egoísmo, pelo desejo de troca. Amamos o belo, o perfumado, o gentil. Mesmo o amor materno, que dentre os amores humanos é dito o mais puro, tem limitações.
Deus nos aceita e nos aprecia em qualquer circunstância, pois não é necessário colocarmos máscaras para sermos aceitos por Deus. Ele não nos ama por causa de nossas qualidades, mas ama o que somos. Deus não nos ama porque somos bons, mas porque Ele é bom.

“Mas amamos por que Deus nos amou primeiro” (I João 4,19). Dá forma que estávamos!

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